31.1.06
30.1.06
29.1.06
Rir é o melhor remédio???
ELE: Posso pagar-lhe uma bebida ?
ELA: A bem dizer, prefiro que me dê o dinheiro.
ELE: Viva. Não nos encontrámos já uma ou duas vezes ?
ELA: Só pode ter sido uma.
Eu nunca cometo o mesmo erro duas vezes.
ELE: Onde é que foi buscar tanta beleza ?
ELA: Devem-me ter dado a sua parte.
ELE: Quer sair comigo no próximo sábado ?
ELA: Lamento. Vou estar com dores de cabeça.
ELE: Essa carinha deve dar a volta a muitas cabeças.
ELA: E essa deve dar a volta a muitos estômagos.
ELE: Vá, não seja tímida. Peça-me para dar uma volta.
ELA: Está bem: vá dar uma volta.
ELE: Acho que eu a podia fazer muito feliz.
ELA: Como ? Vai-se embora ?
ELE: Que me diria se eu lhe pedisse para casar comigo?
ELA: Nada. Não consigo falar e rir ao mesmo tempo.
ELE: Pode dar-me o seu nome ?
ELA: Porquê ? Não lhe deram já um ?
ELE: Por onde tem andado, que só agora a conheci ?
ELA: A esconder-me de si.
ELE: Não nos encontrámos já num lugar qualquer ?
ELA: Já. É por isso que nunca mais lá fui.
ELE: Esse lugar está vago ?
ELA: Está. E se você se sentar, este também.
ELE: O seu corpo é como um templo.
ELA: Lamento, hoje não há missa.
ELE: Se eu pudesse vê-la nua, morria de felicidade.
ELA: Se eu o visse nu, morria de riso.
28.1.06
26.1.06
25.1.06
Canção Grata
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada
---------------------------
Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão
----------------------------
Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste
-------------------------------------
Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão
-------------------------
Florbela Espanca
24.1.06
Leonor
Cantiga
Descalça vai para a fonte,
Leonor pela verdura;
Vai formosa, e não segura.
A talha leva pedrada,
Pucarinho de feição,
Saia de cor de limão,
Beatilha soqueixada;
Cantando de madrugada
Pisa as flores na verdura:
Vai formosa, e não segura.
Leva na mão a rodilha,
Feita da sua toalha;
Com uma sustenta a talha,
Ergue com outra a fraldilha;
Mostra os pés por maravilha,
Que a neve deixam escura:
Vai formosa, e não segura.
As flores, por onde passa,
Se o pé lhe acerta de pôr,
Ficam de inveja sem cor,
E de vergonha com graça;
Qualquer pegada que faça
Faz florescer a verdura:
Vai formosa, e não segura.
Não na ver o Sol lhe val
Por não ter novo inimigo,
Mas ela corre perigo
Se na fonte se vê tal;
Descuidada deste mal
Se vai ver na fonte pura:
Vai formosa, e não segura.
Descalça vai para a fonte,
Leonor pela verdura;
Vai formosa, e não segura.
A talha leva pedrada,
Pucarinho de feição,
Saia de cor de limão,
Beatilha soqueixada;
Cantando de madrugada
Pisa as flores na verdura:
Vai formosa, e não segura.
Leva na mão a rodilha,
Feita da sua toalha;
Com uma sustenta a talha,
Ergue com outra a fraldilha;
Mostra os pés por maravilha,
Que a neve deixam escura:
Vai formosa, e não segura.
As flores, por onde passa,
Se o pé lhe acerta de pôr,
Ficam de inveja sem cor,
E de vergonha com graça;
Qualquer pegada que faça
Faz florescer a verdura:
Vai formosa, e não segura.
Não na ver o Sol lhe val
Por não ter novo inimigo,
Mas ela corre perigo
Se na fonte se vê tal;
Descuidada deste mal
Se vai ver na fonte pura:
Vai formosa, e não segura.
Francisco Rodrigues Lobo
Dedico à minha colega Leonor que
passo alguns dias a "chatear"
declarando-lhe este poema
e outras variações hehehehe
23.1.06
Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
----------------------------
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
----------------------------
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
--------------------------
Fernando Pessoa
22.1.06

Minha mulher, a solidão,
Consegue que eu não seja triste.
Ah, que bom é o coração
Ter este bem que não existe!
------------------------------------
Recolho a não ouvir ninguém,
Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja alguém:
Nascem-me os versos do caminho.
----------------------------------------
Senhor, se há bem que o céu conceda
Senhor, se há bem que o céu conceda
Submisso à opressão do Fado,
Dá-me eu ser só - veste de seda
-,E fala só - leque animado.
----------------------------------------
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
21.1.06
20.1.06
Anedota

Um homem estava em pleno sono, quando toca o telefone, a meio da madrugada:
- Aqui é o Felismino, o caseiro da sua quinta!
- O que houve Felismino, aconteceu alguma coisa grave?
- Nada sr. doutor! Eu só queria avisar que o seu papagaio morreu!
- O meu papagaio? Aquele que ganhou o concurso no mês passado?
- Sim, esse mesmo!
- Que pena! Eu tinha pago uma pequena fortuna por ele... mas ele morreu de quê?
- Comeu carne estragada!
- Carne estragada? Quem é que lhe deu carne estragada?
- Ninguém... ele comeu um dos cavalos que estavam mortos.
- Que cavalos?
- Dos seus cavalos puro-sangue! Eles morreram de cansaço, puxando a carroça d'água.
- Puxando a carroça d'água? Que água?
- Para apagar o fogo!
- Fogo? Aonde?
- Na sua casa... uma vela caiu na cortina e ela pegou fogo.
- Vela? Mas quem é que foi acender uma vela lá em casa, se tinha eletricidade?
- Foi uma das velas do funeral!
- Funeral?!
- Foi o funeral da sua mãe... ela chegou de madrugada sem avisar e eu disparei, pensando que era um ladrão!
19.1.06
18.1.06
17.1.06
16.1.06
15.1.06
14.1.06
LÁGRIMA DE PRETA

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
13.1.06
12.1.06
10.1.06
8.1.06
Corte na patinha da KIKA
Estavamos a brincar no meu quarto quando ela começa a ouvir uns ladrares dos cães lá de fora.
Até ai nada de anormal pois ela costuma espreitar para a janela.
Mas hoje algo correu mal. Pendurou-se na minha mesa de cabeçeira e desequilibrou-se pois não conseguia chegar à janela ( que está sempre fechada, não vá ela atirar-se).
Ouvimos um estrondo pois tenho lá um rádio na mesa.
Começamos a rir e até dissemos....mais uma vez...
Mas qual foi o meu espanto quando começo a ver pingas de sangue no chão (e ela na maior).
Tinha partido uma daquelas velas com conchinhas e tinha-se cortado na pata....fez um golpe ligeiro na almofadinha...zona que deita sangue até mais não....eu e o Bruno estavamos um pouco assustados e ela ali com cara que estava tudo bem, que não era nada com ela.... Desinfectei a ferida com betadine e ela a querer lamber ( o que é normal).
Agora está tudo bem, mas foi cá um daqueles sustos...ela ali anda de um lado para o outro como se não fosse nada com ela...é mesmo maluca...
7.1.06
ANEDOTA
das portas do Céu
e precisou de ir à casa de banho.
Pediu então a Jesus que tomasse,
por um bocado, conta da porta.
Passado algum tempo batem à porta
e Jesus vê um velhinho
de longos cabelos brancos e pergunta-lhe:
- "Quem és tu e que fizeste
na terra para mereceres o céu? ".
O velhinho explicou-lhe que não se lembrava
já do seu nome mas tinha sido carpinteiro
e tinha tido um filho que
tinha sido muito famoso na terra.
Jesus, tremendo de emoção,
abre os braços e exclama : "Papá!!!! ".
O velhote, também emocionado,
abre igualmente os braços e exclama :-" Pinóquio !!!"
6.1.06
4.1.06

Um Poema Chamado Vida
Amigo pegue uma flor
a mais linda do seu jardim
e com carinho dê a quem você ama,
-----------------------------------------
Pegue um sorriso,
aquele sorriso franco e doe
a um amigo que está triste
pegue um raio de luz e esperança ,
uma rosa branca, fale da paz ...
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Fale da ternura , fale do amor
Fale da vida ,
da flor que desabrochou da criança
que em você acabou de nascer...
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Amigo você pode mudar o mundo
Só você ...
Mostre ao mundo que a felicidade
Mostre ao mundo que a felicidade
existe em cada canto do universo,
----------------------------------------
são pequenas gotas que fazem
dos meus versos
um poema chamando esperança ,
Vida ....
----------------------------------------
Autora: Clicia Pavan